Autor: José Teles Lacerda
Colecção: Esfera Contemporânea / 40
Páginas:384
Data de Publicação: Outubro de 2012
PVP: 17,90 euros
ISBN: 978-989-680-072-7
Sinopse:
"No longínquo ano de 1506,
trinta e sete colonos moribundos foram forçados à desesperada tentativa
de povoar uma ilha amaldiçoada.Dizia-se, nessa
época, que naquele gigantesco amontoado de ravinas negras vogava a voz
do Diabo. Quinhentos anos passados, não existem documentos que descrevam
o sinistro martírio coletivo, na tentativa de povoamento dessa ilha
maldita. Aliás, em nenhuma biblioteca do mundo se descobriu uma única
página contendo alusões ao sucedido. Em suma, ninguém conhece a
verdadeira localização da maligna massa insular, para sempre perdida no
meio do oceano.Durante os serões, o avô Vicente alerta
Bernardino Gávea para os perigos inerentes à convivência com a violência
das vagas. O menino, porém, não se amedronta. Pode ser a mais miserável
das crianças, mas, por viver num casebre encavalitado nas dunas,
considera-se o legítimo dono de toda a praia. Fascinado pelas narrativas
náuticas, que o septuagenário lhe transmite, sonha ser um intrépido
conquistador dos mares — há de conseguir, afinal, reencontrar a ilha que o medo humano apagou dos mapas.Todos
estamos sujeitos às ingratas investidas do imprevisto. No mar ou em
terra, a palavra vaga pode unir-se a outras, numa sanguinária
cumplicidade catastrófica, que culminará com a materialização dos nossos
piores pesadelos.Surgirão então vagas de desgraça, vagas de infortúnio, vagas de desespero e desilusão.Nas
páginas deste livro poderemos esbarrar com os sonhos de uma criança
miserável e viver as preocupações do seu decrépito avô. Mas também
teremos notícias de um assustador mundo paralelo. Vindos de ilhas
distantes, esvoaçam os gritos dos colonos condenados, ressoam os
cânticos melancólicos de musas moribundas, ouvem-se fraudulentas vozes
fantasmagóricas. E sobre as ondas do mar existem suspeitas de poder
eclodir, a qualquer momento, uma nefasta ofensiva de ninfas."
Sobre o Autor:
José Teles Lacerda. Nascido em Évora, em 1970,
considera-se uma humilde alma alentejana. A posse de íntimos indícios de
uma pacífica índole vegetal permite-lhe digerir desilusões e ruminar
remorsos, num esforço quase clorofilino que culmina no fabrico
inesperado de aglomerados de frases. Pela frequência desta conduta,
tornou-se numa espécie de escriba secreto, clandestino, compulsivo.
Assim, vive viciado na desorientada navegação por efémeros mares
imaginários. Considera que a génese de um livro é uma feliz forma de
exorcizar a maldita tendência para andar, constantemente, “com a cabeça
nas nuvens”. Acima de tudo, entende o mundo das palavras como um refúgio
obrigatório, sempre que cogita sobre o bizarro absurdo da existência. A Vingança das Vagas é o seu romance de estreia.
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