terça-feira, 5 de março de 2019

OPINIÃO! «Dama de Espadas», de Mário Zambujal

Dama de Espadas
Autor: Mário Zambujal 
ISBN: 9789898452047
Edição ou reimpressão: 10-2010
Editor: Clube do Autor



Sinopse:
"Com o seu admirável ritmo narrativo e clareza de escrita salpicada de humor, Mário Zambujal apresenta-nos Eva Teresa, garota de onze anos, e Filipe, rapaz de dezoito, que namora com a irmã, Rosália. Há uma grande empatia entre a pequena e o futuro cunhado, mas a vida afasta-os com a viagem da família para o Brasil. Eva torna-se mulher e Filipe acaba por se apaixonar por ela, levando-o a viajar ao seu encontro. Entre episódios imprevisíveis que enlaçam mistério e comicidade, ambos só se reencontram em Sintra onde iniciam um romance atribulado. 
No seu estilo inconfundível, Mário Zambujal traz-nos uma obra em que se aliam a vontade de saborear cada passo da trama e o prazer da leitura."


Opinião:
Já me habituei à "terapia" dos romances de Mário Zambujal, os quais tenho imenso prazer em ler, principalmente devido aos malandros que pisam as suas histórias.
Só que, desta vez fiquei admirada com este "malandro" de nome Filipe.

Na sinopse promete um enredo do género amor improvável, ,mas acaba por se revelar uma autêntica novela, a qual me agradou imenso, e isso verificou-se pelo facto de ter devorado o livro em poucas horas. 
É que também na sinopse afiança o seguinte "Só nas últimas páginas os leitores ficarão a conhecer o desfecho de uma história fértil de surpresas". Ora!!! Como poderia eu adormecer sem saber qual das mulheres iria usar a gargantilha de safiras, comprada por Filipe e a qual fez uma viagem de ida e volta ao Brasil sem, no entanto, ter pousado no pescoço de Eva Teresa???!!!!

Esta história faz-me lembrar um episódio pessoal e muito recente, sobre a minha prenda de natal, pois também se revelou uma história mirabolante e cheia de graça!!!

Com muito humor, Mário Zambujal dá asas à imaginação sobre o corropio de energia masculina!! 

Boas leituras!

OPINIÃO! «As Flores Perdidas de Alice Hart», de Holly Ringland

Autora: Holly Ringland 
ISBN: 978-972-0-03062-7
Edição ou reimpressão: 09-2018
Editor: Porto Editora
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 400


Sinopse:
"Um romance sobre as histórias que deixamos por contar e sobre as que contamos a nós próprios para sobrevivermos.

Alice tem nove anos e vive num local isolado, idílico, entre o mar e os canaviais, onde as flores encantadas da mãe e as suas mensagens secretas a protegem dos monstros que vivem dentro do pai.

Quando uma enorme tragédia muda a sua vida irrevogavelmente, Alice vai viver com a avó numa quinta de cultivo de flores que é também um refúgio para mulheres sozinhas ou destroçadas pela vida. Ali, Alice passa a usar a linguagem das flores para dizer o que é demasiado difícil transmitir por palavras.

À medida que o tempo passa, os terríveis segredos da família, uma traição avassaladora e um homem que afinal não é quem parecia ser, fazem Alice perceber que algumas histórias são demasiado complexas para serem contadas através das flores. E para conquistar a liberdade que tanto deseja, Alice terá de encontrar coragem para ser a verdadeira e única dona da história mais poderosa de todas: a sua."


Opinião:
As emoções ao ler As Flores Perdidas de Alice Hart foram devastadoras! Recordo-me que um livro que em tempos me provocou tal apego, foi O Estranho Mundo de Garp, de John Irving, desde aí que sempre foi o meu livro preferido. E agora, para meu espanto, deparo-me com uma obra que se revelou muito especial para mim.

A personagem principal é Alice Hart, com a qual foi muito fácil de criar uma empatia, tal a força interior desta menina que mais tarde, depois da morte dos pais, se torna uma mulher domada pela vontade de amar e de pertencer a alguém a quem possa chamar de família, e encontrar "a sua casa".
A força que nos transmite é enorme, pela sua vontade de viver e de amar, e  tem apenas como recursos a literatura, o seu amor e as flores.

A autora consegue chocar o leitor logo nas primeiras páginas, de tal forma que, através dos olhos inocentes de uma menina de nove anos, é possível ver a dureza da violência humana, na pessoa do pai de Alice, um homem instável e violento, para duas mulheres inocentes.

Esta história é equilibrada entre a violência insaciável e incontrolável (no caso do pai de Alice e mais tarde de Dylan, o namorado de Alice), com a vontade e força de amar incondicionalmente, apesar do medo que teima em apertar o coração de Alice.
Esta dualidade é arrebatadora ao longo da leitura, e chega a ser dolorosa.

As Flores Perdidas de Alice Hart, conquistou-me por se tratar de um livro implacável e poderoso.


Boas Leituras!