terça-feira, 5 de março de 2019

OPINIÃO! «As Flores Perdidas de Alice Hart», de Holly Ringland

Autora: Holly Ringland 
ISBN: 978-972-0-03062-7
Edição ou reimpressão: 09-2018
Editor: Porto Editora
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 400


Sinopse:
"Um romance sobre as histórias que deixamos por contar e sobre as que contamos a nós próprios para sobrevivermos.

Alice tem nove anos e vive num local isolado, idílico, entre o mar e os canaviais, onde as flores encantadas da mãe e as suas mensagens secretas a protegem dos monstros que vivem dentro do pai.

Quando uma enorme tragédia muda a sua vida irrevogavelmente, Alice vai viver com a avó numa quinta de cultivo de flores que é também um refúgio para mulheres sozinhas ou destroçadas pela vida. Ali, Alice passa a usar a linguagem das flores para dizer o que é demasiado difícil transmitir por palavras.

À medida que o tempo passa, os terríveis segredos da família, uma traição avassaladora e um homem que afinal não é quem parecia ser, fazem Alice perceber que algumas histórias são demasiado complexas para serem contadas através das flores. E para conquistar a liberdade que tanto deseja, Alice terá de encontrar coragem para ser a verdadeira e única dona da história mais poderosa de todas: a sua."


Opinião:
As emoções ao ler As Flores Perdidas de Alice Hart foram devastadoras! Recordo-me que um livro que em tempos me provocou tal apego, foi O Estranho Mundo de Garp, de John Irving, desde aí que sempre foi o meu livro preferido. E agora, para meu espanto, deparo-me com uma obra que se revelou muito especial para mim.

A personagem principal é Alice Hart, com a qual foi muito fácil de criar uma empatia, tal a força interior desta menina que mais tarde, depois da morte dos pais, se torna uma mulher domada pela vontade de amar e de pertencer a alguém a quem possa chamar de família, e encontrar "a sua casa".
A força que nos transmite é enorme, pela sua vontade de viver e de amar, e  tem apenas como recursos a literatura, o seu amor e as flores.

A autora consegue chocar o leitor logo nas primeiras páginas, de tal forma que, através dos olhos inocentes de uma menina de nove anos, é possível ver a dureza da violência humana, na pessoa do pai de Alice, um homem instável e violento, para duas mulheres inocentes.

Esta história é equilibrada entre a violência insaciável e incontrolável (no caso do pai de Alice e mais tarde de Dylan, o namorado de Alice), com a vontade e força de amar incondicionalmente, apesar do medo que teima em apertar o coração de Alice.
Esta dualidade é arrebatadora ao longo da leitura, e chega a ser dolorosa.

As Flores Perdidas de Alice Hart, conquistou-me por se tratar de um livro implacável e poderoso.


Boas Leituras!

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