quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

OPINIÃO! «A Amante do Governador», de José Rodrigues dos Santos

A Amante do Governador
Autor: José Rodrigues dos Santos 
ISBN: 9789896168452
Edição ou reimpressão: 10-2018
Editor: Gradiva

Sinopse:
"Depois de atacarem Pearl Harbor e invadirem Hong Kong, os japoneses cercam Macau. Com o inimigo às portas, o novo governador, Artur Teixeira, tem de enfrentar a maior ameaça ao império português durante a Segunda Guerra Mundial. Diante dele está o coronel Sawa, o violento chefe do Kempeitai, que ameaça invadir a colónia portuguesa na China. Para salvar Macau, o governador conta apenas com o seu engenho - e a ajuda de um punhado de homens e mulheres, incluindo a própria concubina do coronel Sawa, a chinesa Lian hua. Tudo se complica, no entanto, quando se apaixona por ela.

Amor e guerra no choque de impérios

A Macau dos juncos e das sampanas, dos casinos e do ópio, do Leal Senado e da Praia Grande, do Fat Siu Lao, do Grémio Militar e do Clube de Macau, do Porto Interior e da Porta do Cerco, dos riquexós, dos contrabandistas chineses e das dançarinas russas, do mahjong e da corrupção, do patois, das canções de Art Carneiro e dos jogos de hóquei na Caixa Escolar.
E dos refugiados, dos bombardeamentos e da fome.
Baseado em acontecimentos verídicos, A Amante do Governador resgata os dias de Macau sob cerco japonês e mostra como Portugal manteve a única bandeira ocidental hasteada no Extremo Oriente durante toda a Segunda Guerra Mundial.
O grande romance português está de volta com a assinatura de José Rodrigues dos Santos, o mestre das nossas letras."

Críticas de Imprensa:
«Um dos pesos pesados da literatura lusófona
Historia, França

Opinião:
Na trilogia de Lótus,  o escritor descreveu de uma forma admirável, a vida de quatro personagens, as quais ganham vida novamente nesta obra, que para mim foi grandiosa!

O general Artur Teixeira, a quem são entregues as chaves da cidade de Macau, ganha mais protagonismo, em A Amante do Governador, ao mesmo tempo que a morte de Senna Fernandes deixa no ar o mau agoiro relativamente à possibilidade de aquela colónia ser ocupada pelos Japoneses. 

Sob a alçada de Salazar, o novo governador de Macau depara-se com adversidades, relativamente aos Chineses que habitam em Macau, já que estes se acham senhores daquela colónia, e que apenas permitem aos portugueses "administrar" Macau, uma cidade cuja beleza e mistério é o efeito da mistura de traços da arquitectura portuguesa e dos edifícios marcados pela arquitectura e tradições chinesas.

Artur Teixeira inicia assim a sua aventura enquanto governador, com a escolta do Capitão Tavares, um homem astuto, e conhecedor das políticas praticadas naquela colónia.
A inteligência de Artur leva-o ainda, a escolher como seu braço direito, o inspector da judiciária António Lobo, o qual aceita o cargo de Director dos Serviços de Economia e Finanças.
A Sagacidade de Lobo é admirável!!!

Temporalmente temos como pano de fundo a segunda guerra mundial, por isso Fukui também aparece, como diplomata do Japão, grande amigo de Artur Teixeira (Artur-sun), mas desta feita, ao contrário do que aconteceu em Berlim (Trilogia do Lótus), agora estão em "campos opostos". As trocas de palavras com ameaças escondidas com o Cônsul do Japão, acabam por ocorrer entre os dois amigos, situação que muito entristece Artur, que não pode colocar de lado a sobrevivência da colónia de Macau, da qual assumiu a posição de governador.

A situação em que a Ásia se encontra é de grave preocupação, com os ocidentais munidos do raciocínio lógico, e os orientais marcados pela cultura que fundamentalmente passa pela contradição "yin e yang", ao passo que a ameaça em que a cidade de Macau se encontra, vai tomando proporções cada vez maiores.
Enquanto isso, Lobo e Artur, tentam promover a segurança de Macau e dos portugueses, como se cada actuação e decisão fossem jogadas de xadrez, já que têm que providenciar a sobrevivência dos habitantes de Macau, agora ocupada também pelos refugiados de Hong Kong, combater a fome e ludibriar os Japoneses que se encontram a viver em Macau, mais precisamente o coronel Sawa.

O romance acontece quando Artur conhece a concubina do coronel Sawa, com a qual acaba por resultar uma ligação amorosa, revelando-se perigosa para os amantes.

Admirável como sempre, José Rodrigues dos Santos não nos deixa de surpreender com as suas obras.

Boas leituras!

OPINIÃO! «Charlatães», de Robin Cook

Charlatães
Autor: Robin Cook 
ISBN: 9789722535403
Edição ou reimpressão: 07-2018
Editor: Bertrand 

Sinopse:
"Célebre pelos seus avanços na medicina, o hospital universitário de Boston tem diversas «salas de operações híbridas do futuro». Os tratamentos são mais bem-sucedidos e os riscos muito reduzidos. É por isso um choque quando um erro de anestesia durante uma operação de rotina resulta na morte do paciente. O Dr. Noah suspeita de William Mason, um cirurgião de renome internacional, narcisista e snobe. Mas Mason põe todas as culpas na anestesista Ava London.

Quando começam a surgir mais mortes associadas a erros nas anestesias, Noah é obrigado a investigar todo o seu pessoal médico, incluindo Ava, que pode muito bem não ser quem parecia ser. Mas, sobretudo, é preciso descobrir o culpado antes que mais mortes sucedam."

Críticas de Imprensa:
«Agarra-nos... aterrador
New York Times

«Patologistas forenses e médicos que se transformam em detetives para lutar contra epidemias, doenças fatais e mortes ligadas a medicamentos, cujas causa estão longe de ser naturais... o leitor vai ficar completamente agarrado
Daily Mail

«Oferece aos leitores uma dissecação inteligente de questões contemporâneas que nos afetam a todos
USA Today

«Robin Cook inventou literalmente o thriller médico nos anos 70 com Coma
Guardian


Opinião:
Desta vez Robin Cook acompanha as novas tecnologias e as novas tendências, designadamente as redes sociais, pois hoje em dia fazem parte da vida das pessoas. Ora, também os médicos aderiram às redes sociais, alguns para uso pessoal e até profissional. 
Porém, a tecnologia e as redes sociais, transformaram-se num meio fácil para obter e furtar habilitações académicas, dando-se o caso de "charlatães", criando a dúvida se os diplomas que se encontram nos consultórios de todos os médicos, são efectivamente verdadeiros...

Charlatães relata a verdadeira azáfama na vida de vários médicos, com a personagem principal "Dr. Noah" um cirurgião aplicado e dedicado à sua profissão que, após a morte de um paciente, conhece e fica íntimo de uma anestesiologista "Drª Ava Landon". 
Cabe a Noah, na qualidade de supervisor interno dirigir o Serviço de Cirurgia do Boston Memorial Hospital, e ainda apurar e investigar as complicações que surgiram na cirurgia do primeiro paciente que morreu chamado "Bruce Vicente", e apresentar o resultado das suas investigações na conferência M&M "conferência cirúrgica bimestral sobre morbidade e mortalidade.

Em resultado disso, a sua aproximação com Ava é inevitável, acabando por se apaixonar por ela, mas ao mesmo tempo, Noah é assaltado por dúvidas sobre a inocência da anestesiologista, ao ponto de colocar em causa as habilitações de Ava.


Robin Cook aborda vários temas interessantes, não só as habilitações falsas, como também o uso do Facebook e outras redes sociais semelhantes, nomeadamente quando as pessoas criam perfis falsos, fazendo uso deles para obter aprovação social, sem quaisquer consequências aparentes, num comportamento aterradoramente narcisista.

«Os psicólogos consideram as redes sociais o recreio virtual de uma cultura que se mostra cada vez mais narcisista.»


«Charlatães» é um thriller médico que me deixou imersa na sua leitura.  
É um livro actual e magnífico! 


Boas Leituras!

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

OPINIÃO! «Agatha Christie - O Mistério dos Três Quartos», por Sophie Hannah

O Mistério dos Três Quartos
Autora: Sophie Hannah 
Edição ou reimpressão: 08-2018
Editor: Edições Asa
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 328

Sinopse:
"Ao regressar a casa após um almoço, Hercule Poirot depara-se com uma mulher à sua porta. Sylvia Rule está transtornada e exige saber por que motivo Poirot lhe enviou uma carta em que a acusa de ter assassinado Barnabas Pandy, quando nem sequer o conhece. Intrigado, pois também ele nunca ouviu falar de Pandy, Poirot entra em casa e constata que tem mais um visitante à sua espera: John McCrodden, que o acusa igualmente de difamação, pois recebeu uma carta semelhante. 

 E a lista não termina aí…
 Quem terá enviado as cartas, e porquê? 
Mais importante ainda, quem será Barnabas Pandy? 
Estará, de facto, morto? 
Terá sido assassinado? 
E conseguirão as celulazinhas cinzentas de Poirot decifrar este mistério sem colocar mais vidas em perigo?

Um novo enigma protagonizado pelo detetive mais querido do mundo. 
Com a ajuda de Edward Catchpool, da Scotland Yard, Hercule Poirot envolve-se numa complexa teia de relações, segredos escandalosos e delitos do passado."

Opinião:
Não é fácil superar a rainha do crime, mas Sophie Hannah trouxe de volta a personagem tão acarinhada pelos fãs de Agatha Christie. E foi precisamente isso que me levou a reagir favoravelmente à leitura deste livro, já que, quando o comprei estava bastante apreensiva.

A verdade é que fui conquistada pelo mistério que a escritora nos apresenta, e pela sua capacidade de expressão. 

Tudo começa com Poirot, acusado de remeter cartas acusatórias a quatro pessoas, sobre um homicídio a "um tal Barnabas". No início, alheio às intenções que levaram o autor das cartas, e usar o nome de Poirot, o pequeno belga dá início à sobre a morte de Barnabas Pandy, e se a mesma se tratou de homicídio, com a colaboração e narração do inspector Catchpool.

Sem perder a originalidade e o efeito teatral tão característico de Poirot, fui agradavelmente envolvida pelo "mistério dos três quartos".


Boas Leituras!

OPINIÃO! «Serpentina», de Mário Zambujal

Serpentina
Autor: Mário Zambujal 
Edição ou reimpressão: 10-2014
Editor: Clube do Autor
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 160

Sinopse:
"Para Mário Zambujal, o mais importante é saber que os leitores se divertem com os seus livros. É nisso que se concentra quando agarra na caneta e se põe a imaginar peripécias, enredos e personagens. Serpentina não fugiu à regra e arrisca-se a ser o romance mais divertido do ano.
Nele acompanhamos as reviravoltas na vida de Bruno Bracelim - primeiro a partida da família para o Canadá, quando ainda menino, e depois um acidente de trânsito, já em adulto - e divertimo-nos com as situações armadilhadas de um destino tão imprevisível quanto animado.
Num estilo inconfundível, eis um supremo divertimento em que a imaginação e o humor se entrelaçam com a reflexão e a emoção."


Opinião:
Mais uma vez, fui presenteada com uma obra narrada com simplicidade mas, verdadeiramente apaixonante.

Habituei-me tão facilmente à escrita de Mário Zambujal, o que me levou a devorar cada palavra de "Serpentina" uma "Odisseia de um crédulo em demanda da bela sem senão".

Neste romance, o "Senhor Bruno D. L. Bracelim", para além das peripécias em que se envolve constantemente, anseia nada mais do que encontrar o rosto perfeito, a mulher que ele próprio idealiza. Já que a razão de se encontrar solteiro, passa sobretudo por encontrar várias mulheres na sua vida, MAS, apesar de belas, há sempre um senão.

A conclusão final foi uma lufada de ar fresco, aliás como toda a obra de Mário Zambujal, que espelha tão profundamente aquilo que todas as pessoas procuram.

"[...]Rosto perfeito é o que não nos cansamos de ver , em todas as horas, boas ou más. [...]"

Apaixonante, com um relato transparente, Serpentina é mais um livro que irei recordar com o carinho que merece.

Boas Leituras!

sábado, 3 de novembro de 2018

OPINIÃO! «Primeiro as Senhoras», Mário Zambujal

Primeiro as Senhoras
Autor: Mário Zambujal 
ISBN: 9789897243172
Edição ou reimpressão: 05-2017
Editor: Clube do Autor
Dimensões: 153 x 234 x 12 mm 
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 136

Sinopse:
"Primeiro as Senhoras de Mário Zambujal regressa em maio às livrarias numa nova edição. 
Bem ao jeito do autor, eis mais uma história cheia de ritmo e diversão. 

Neste livro voltamos a encontrar um bom malandro com as suas aventuras, fantasias e emoções. 

A história conta-se num depoimento do protagonista, Edgar, a um silencioso inspetor da Polícia que, tal como os leitores, página a página, vai conhecendo o currículo da personagem e os passos de um golpe que o levou a passar nove dias sequestrado.

Notei que a venda era uma meia preta de senhora. Deprimente. Acho bem senhoras com meias pretas mas abomino meias pretas de senhora sem senhora."

Opinião:
Sequestrado e amordaçado com uma meia preta de senhora!!! Esse é o cenário que mais indigna Edgar, a personagem principal desta história tão peculiar.
Após o rapto de que foi vítima, o malandro Edgar vai descrevendo, não só o bendito sequestro, como também outras histórias e aventuras hilariantes que ocorreram na sua vida, ao silencioso inspector.
 No relato, apenas pode contar com os sentidos que lhe restaram, olfacto e audição. E ao que parece, o alvo seria Sertório Egídio Miranda, pai de Renata. Esta última apresentava Edgar como sendo seu marido, o que causou tamanha aventura ao nosso protagonista.
Durante a narração dos factos, mais tarde é a consciência de Edgar que origina e cria um desenlace e um desfecho ainda mais interessante
Um relato hilariante, que rapidamente ganha o interesse do leitor.


"A porra da meia preta" é inesquecível!! 
 
Boas Leituras!

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

OPINIÃO! «O Último Verão», de Ann Brashares

O Último Verão
Autora: Ann Brashares 
ISBN: 9789899578845
Edição ou reimpressão: 06-2008
Editor: Quinta Essência
Classificação Temática: Romance

Sinopse:
"Waterby, Fire Island, os ritmos e os rituais do Verão são os mesmos de sempre: o cerimonial das chegadas e das partidas de ferry; os jantares no clube náutico com vistas de cortar a respiração; o decreto contra o uso de sapatos; e o desfile de miúdos bronzeados e cobertos de areia, que se tornam maiores de idade na praia. 
Passada neste cenário cheio de vida, O Último Verão é a história encantadora - e comovente - da amizade entre três jovens, para quem o Verão e aquele lugar significam tudo. As irmãs Riley e Alice voltam todos os anos à modesta casa de praia dos pais. 
Riley é nadadora-salvadora e uma maria-rapaz, sempre pronta para nadar à noite, velejar com vento forte ou correr pela praia. A bonita Alice é meiga, gosta de ler e de meditar, e venera a irmã mais velha. E, na enorme casa que ofusca a humilde habitação delas, vive Paul, um amigo tão importante para ambas como o próprio local. Depois de alguns anos afastado, Paul volta finalmente à ilha. Mas o seu regresso marca uma estação de tremendas mudanças e, quando uma atracção que ferve em lume brando e um grande segredo colidem, os três amigos são lançados num mundo desconhecido, um mundo em que o seu refúgio de Verão já não os pode proteger. 
Com afecto, humor e sabedoria, Brashares faz-nos sentir as alegrias e as torturas do amor. Recorda-nos a força e os espinhos da amizade, a dor da perda e o peso dos laços familiares. Profundo e comovente, O Último Verão é uma celebração sentida do Verão e da nostalgia da juventude."


Críticas de Imprensa:
«O Último Verão apela à nostalgia do passado que os leitores que procuram os prazeres e as despreocupações do Verão vão adorar.» 
The Washington Post

«Um livro que não se consegue deixar de lado.» 
Cosmopolitan

Opinião:
Este livro caracteriza muito bem a amizade e os "amores" de verão, carregados de aventuras e emoções.
Nele conhecemos três personagens, tão diferentes e que se completam tão bem. O amor que existe entre as irmãs Riley e Alice é simplesmente belo. E o amor que cresce entre Alice e Paul é torturante e confuso, o que leva a que a estranheza desse sentimento afaste essas personagens.

Em O Último Verão é evidente a dúvida entre a entrega emocional e a tortura da razoabilidade.

"Qualquer coisa bela, é frágil."

Um romance agradável de ler.

Boas Leituras!

sábado, 20 de outubro de 2018

OPINIÃO! «O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo», de Germano Almeida

O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo
(Pref. por Paula Tavares)
Autor: Germano Almeida 
Edição: Leya
Edição ou reimpressão: Setembro de 2018
Isbn: 9789896605292  
Preço: 10,00€ 

Sinopse:
"Quando morreu, o Sr. Napumoceno era um conceituado comerciante do Mindelo. A reputação da sua casa comercial tinha uma correspondência perfeita na sua reputação pessoal - bom, íntegro, sério, sem vícios, rico e respeitado. Mas a leitura das centenas de páginas do seu testamento lançou «uma nova luz sobre a vida e a pessoa do ilustre extinto». 
Página a página, o leitor vai assistindo à construção de uma personagem fascinante, rica, complexa, contraditória, fortemente enquadrada no pano de fundo que é a sociedade cabo-verdiana. Este romance de Germano Almeida foi adaptado ao cinema por Francisco Manso, no filme «O Testamento do Sr. Napumoceno»."
Prefácio de Paula Tavares

Opinião:
O Testamento do Sr. Napumoceno da Silva Araújo é um romance cheio de graça, muito bem escrito e agradável de ler, devido à história tão fora do comum.
Conta a história de um homem que não tinha posses quando chegou a Mindelo e que, por conhecer as pessoas certas, como também devido ao seu esforço e perspicácia conseguiu abrir o seu próprio negócio "Araújo, Lda Importações e Exportações". O seu início passa claramente pelo contrabando, mas o Sr. Napumoceno rapidamente alcança uma posição admirável na cidade em que vive, reconhecido como um homem sério e honesto.

O seu sobrinho Carlos é também uma personagem interessante, tão cómica como o tio, e que surge como pupilo de Napumoceno. Carlos revela a sua natureza de comerciante desde muito cedo, o que acaba por se revelar conveniente para o tio, o qual, mais tarde acaba por revelar no seu testamento que se apoderou das ideias de Carlos como sendo de sua propriedade, já que lhe pagou os estudos.

"Porém, no seu testamento, o Sr. Napumoceno confessou que se assenhoreava das ideias do sobrinho como se fossem dele próprio e justificou que em boa verdade bem se poderia dizer que lhe pertenciam porque se Carlos as tinha fora porque ele o mandara para a escola e depois para Lisboa e até mesmo fora ele Napumoceno que lhe obtivera emprego na firma Carvalho e daí que as ideias do sobrinho mais não eram que o normal desenvolvimento de um capital bem investido e por esta razão  considerava-se legítimo proprietário de qualquer manifestação positiva que nascesse daquela cabeça."

A leitura do testamento do Sr. Napumoceno é nada mais do que a leitura de um livro de memórias, onde também, o defunto, perfilha Maria da Graça, sua filha com a ex-empregada de limpeza, D. Chica.

É a Maria da Graça que são entregues os verdadeiros cadernos de memórias de Napumoceno, onde ela descobre a razão que levou o seu pai a deserdar Carlos, como também outros acontecimentos e aventuras engraçadas e peculiares da vida de um homem de cariz social e político verdadeiramente interessantes.
Também lhe cabe a tarefa de cumprir a última vontade do falecido, entregar o livro "Só" de António Nobre, a Adélia.

É um romance divertido, mas que também retrata a solidão de um homem, que conheceu o amor, e que suspira a perda e o amor por essa mulher... até à morte.

Boas Leituras!

terça-feira, 16 de outubro de 2018

OPINIÃO! «Sono Crepuscular», Edith Wharton

Sono Crepuscular
Autor: Edith Wharton 
Editora: Edições Asa 
Edição: setembro de 2010  
Isbn: 9789892310022  
Páginas: 304

Sinopse:
"Com a cosmopolita cidade de Nova Iorque como pano de fundo, a família Manford refugia-se nas mais variadas formas de evasão para fugir ao tédio e ao vazio das suas vidas privilegiadas. No mundo da alta-sociedade a que pertencem, abundam o sexo, as drogas, a ânsia por dinheiro e poder, a atracção pelo oculto e pela espiritualidade new age. Nona é a filha mais nova e com apenas 19 anos ambiciona mais do que a busca de prazer imediato adoptada pela maioria dos jovens da sua idade. Numa época cuja prioridade é dada a relacionamentos superficiais, ela procura uma existência com sentido, algo que partilha com o meio-irmão, Jim. Mas a mãe de ambos, Pauline, tem da vida uma visão bastante mais utilitária e hedonista. A sua obsessão com as aparências vai forçá-los a assumir posições extremas e ditar irremediavelmente o futuro de todos. 

Sono Crepuscular poderia ter sido escrito no século XXI. Mas, na verdade, a grande senhora das letras americanas, Edith Wharton, escreveu-o no início do século passado e retratou os loucos anos vinte em toda a sua duplicidade."


Opinião:
Lita é uma personagem envolta em mistério, não só pela confusão de sentimentos que causa às restantes personagens, como também quando a sua presença gera reacções inesperadas. 

Foi acolhida por Pauline e casou com Jay, filho de PaulineEm jeito de contraste, Pauline é o género de mulher sempre atarefada, carregada de compromissos e determinada a ocupar todo o seu tempo. É um exemplo para tantas outras mulheres, um modelo a seguir. 
A dada altura, esta mulher tão poderosa apercebe-se de segredos que a deixam inquieta e vê o seu segundo casamento ameaçado..precisamente pela nora, Lita.

O filho de Pauline, Jay, é um homem correcto, respeitador e trabalhador. Mas aparentemente não é um homem suficiente para Lita, esta, sonha ser independente, livre e venera o mundo das artes e a par disso, os seus tios vêem o mundo do cinema como a melhor opção financeira de modo a que a sobrinha deles os possa sustentar, ao invés de Pauline. Assim, o divórcio começa a pairar sobre a vida do casal.

De tal forma, que Dexter Mayfrod decide planear umas férias que acabam por separar o casal, de modo a que o tempo de Lita possa ser apenas e só seu, com a desculpa que, assim o casal pode reconsiderar as adversidades e desavenças que têm vindo a acontecer. 
Certo é que, com a desconfiança de Pauline e a insegurança que se instala...Lita acaba por transformar e despedaçar a vida de uma família que a acolheu de braços abertos.

Esta história aborda uma época em que o divórcio é encarado como um "óbice à convivência social".

Um excelente romance que retrata a determinação em obter a liberdade pelo divórcio, e a prisão que um casamento pode proporcionar.

Boas Leituras!

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

OPINIÃO! «O Pacto», de Michelle Richmond

O Pacto
Autor: Michelle Richmond 
Editora: Edições Asa, 
Edição: Setembro de 2017  ‧  
Isbn: 9789892339986  

Sinopse:
"Alice e Jake, apaixonados e recém-casados, recebem um insólito presente de casamento: uma chave que lhes permite a entrada num clube secreto chamado O Pacto. Ambos têm fortes motivos para acreditar que não terão nada a perder. Muito pelo contrário. Todos os seus membros são bem-sucedidos e aparentemente felizes. E, à primeira vista, as regras parecem fazer todo o sentido. O objetivo do clube? Um casamento feliz e duradouro. E também festas glamorosas, amizades fortes, uma sensação de comunhão com os outros participantes, que apenas querem o melhor uns para os outros. E tudo corre bem… até ao dia em que alguém quebra uma das regras… 

Pois, à semelhança do matrimónio, O Pacto deve ser um compromisso para toda a vida. Alice e Jake depressa descobrem que, para que assim seja, vale absolutamente tudo. O seu casamento de sonho está prestes a tornar-se um tremendo pesadelo. Será o amor deles realmente para a eternidade? Ou terão ambos cometido um erro fatal?
Suspense psicológico num ritmo alucinante, esta obra de Michelle Richmond é intensa, aterradora e… irresistível."


Opinião:
Tudo começa com um casal apaixonado que decide tomar um rumo na sua relação, e casar. Aliás, em boa verdade, Jake propõe Alice em casamento, com receio de a perder. Julga ele que com o casamento, a sua apaixonada será apenas dele e que será um meio de duas pessoas estarem mais aproximadas, em diversos sentidos

O casamento é aparentemente normal, porém, um convidado inesperado e especial presenteia os noivos com uma caixa diferente, misteriosa e que desperta muita curiosidade nos noivos. Depois desse inesperado presente, segue-se a visita de uma "estranha", chamada Viviam e que lhes fala das regras do Pacto, e lhes estende um contrato para assinarem...de modo a que possam a partir daí "pertencer" a um núcleo cuidadosamente seleccionado de pessoas.

Claro que no início, a adrenalina e a novidade falam mais alto, o que fazem com que Jake e Alice não tomem atenção aos "pequenos" mas grandes detalhes que estão por detrás do Pacto.

O Pacto assenta essencialmente no casamento, e para fazer parte dele, os casais têm que ser convidados per membros do Pacto, ler o Manual e decorar todas as regras. Regras? sim, tal como regulamentos, leis, penalizações e crimes...O Pacto é algo que inesperadamente torna-se intolerável e infundado para Jake e Alice.
Alice é a primeira a "sofrer" pela sua insensatez por dar prioridade ao seu trabalho e deixar o seu cônjuge para segundo plano, o que é inaceitável pelo Pacto. Assim, é retirada para uma prisão, na qual "voluntariamente" é reeducada a amar e dedicar-se ao seu cônjuge.

Apesar de ser penalizada pelos seus actos, Alice reage favoravelmente a todas as regras do Pacto e chega a pedir a Jake para tolerar esse modo de vida em prol do casamento de ambos.

Isto porque Jake questiona o Culto onde se encontra inserido com a sua mulher, não só porque profissionalmente é psicoterapeuta e  ajuda casais que enfrentam uma instabilidade emocional nas suas relações, mas também porque dentro do Pacto encontra-se uma amiga que não via há alguns anos e que o avisa da dimensão do problema que é pertencer ao Pacto, podendo até ocorrer mortes suspeitas a quem queira deixar o Pacto.

Um livro cheio de suspense.

Boas Leituras!

quarta-feira, 15 de agosto de 2018

OPINIÃO! «Pecados Santos», de Nuno Nepomuceno

Autor: Nuno Nepomuceno 
ISBN:9789898886101
Edição: 01-2018
Editor: Cultura Editora
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 448
Classificação Temática: Literatura > Policial e Thriller

Sinopse:
"Nas comunidades judaicas de Londres e Lisboa, ocorre uma série de homicídios, todos eles recriando episódios bíblicos. Atos bárbaros de antissemitismo ou de pura vingança? Um rabino é encontrado morto numa das mais famosas sinagogas de Londres. O corpo, disposto como num quadro renascentista, representa o sacrifício do filho de Abraão, patriarca do povo judeu. O caso parece ficar encerrado quando um jovem professor universitário a lecionar numa das faculdades da cidade é acusado do homicídio. Descendente de portugueses, existem provas irrefutáveis contra si e nada poderá salvá-lo da vida na prisão.

Mas é então que ocorrem outros crimes, recriando episódios bíblicos em circunstâncias cada vez mais macabras. E as dúvidas instalam-se. Estarão ou não estes acontecimentos relacionados? Poderá o docente vir a ser injustamente condenado? Porque insistirá a sua família em pedir ajuda a um antigo professor, ele próprio ainda em conflito com os seus próprios pecados? As autoridades contratam uma jovem profiler criminal para as ajudar a descobrir a verdade. Mas conseguirá esta mente brilhante ultrapassar o facto de também ela ter sido uma vítima no passado? Abordando temas fraturantes da sociedade contemporânea como o antissemitismo e o conflito israelo-árabe, e inspirando-se nos Dez Mandamentos e noutros episódios marcantes do Antigo Testamento, Pecados Santos guia-nos através das ruas históricas de Londres, Lisboa e Jerusalém, numa viagem intimista e chocante sobre o que de mais negro e vil tem a condição humana."

Opinião:

Nuno Nepomuceno demonstra mais uma vez que é um excelente escritor!!! Gosto imenso da sua forma de escrever, e já tinha ficado fã do autor quando li a trilogia Freelancer.

O autor começa por descrever dois cenários de crimes horríveis. Mas foi com a morte do rabino Samuel que conduziu a um suspeito, Jonathan.

E é precisamente por causa de Jonathan, que a mãe deste recorre ao professor Catalão, por forma a ajudá-la a ilibar o filho das acusações.
O professor Afonso Catalão tem um passado amargo em relação a esta mulher por quem em tempos se apaixonou e que mais tarde vem a conhecer os seus dois filhos gémeos. Porém, vê-se obrigado a sair da Universidade por causa de acusações severas em relação à sua estudante que surge grávida. Acusado de imediato por todos à sua volta, não viu a verdade que se encontrava à sua frente o tempo todo.

Porém, quando se desloca a Londres para investigar o caso, juntamente com a sua namorada e jornalista Diana, descobre muito mais do que o verdadeiro culpado...

Um livro cheio de acção, com grande enfoque na história e simbologia da religião judaica, cujo enredo está muito bem elaborado e por isso prendeu-me desde o início. O final foi espantoso!!!

Mais uma vez, o autor está de parabéns!!

Boas Leituras!

OPINIÃO! «Ready Player One: Jogador 1, de Ernest Cline»

Ready Player One
Autor: Ernest Cline
Editorial Presença, 
Maio de 2016 
isbn: 9789722358231  

Sinopse:
"Em 2044 o mundo tornou-se um lugar triste, devastado por conflitos, escassez de recursos, fome, pobreza e doenças. Wade Watts só se sente feliz na realidade virtual conhecida como OASIS, onde pode viver, jogar e apaixonar-se sem constrangimentos. Quando o criador do OASIS morre, deixa a sua imensa fortuna e o controlo da realidade virtual a quem conseguir resolver os enigmas que aí escondeu. Os utilizadores têm apenas como pistas a cultura pop dos anos 1980. Começa assim uma frenética e perigosa caça ao tesouro. 

Nos primeiros anos, milhares de jogadores tentam solucionar o enigma inicial sem sucesso. Até que Wade por acaso desvenda a primeira chave. De um momento para o outro, vê-se numa corrida desesperada para vencer o prémio, uma corrida que rapidamente continua no mundo real e que põe em risco a sua vida."

Críticas de Imprensa:
«Uma leitura cativante. Uma estreia de grande sucesso
Daily Mail

«Imperdível para os nostálgicos das últimas décadas do século XX, e uma leitura excelente para todos aqueles que gostam de um bom livro
Wired.com

«O Harry Potter dos mais crescidos. O mistério e a fantasia entrelaçam-se de forma soberba, e os pormenores que dão vida ao mundo de Ernest Cline são fascinantes
Huffington Post


Opinião:
Excitante e cativante, com uma leitura que mistura a paixão pelos videojogos com a cultura dos anos 80

O mundo e o vício dos videojogos foi um percurso que fez parte da mina vida, e ainda faz. É talvez um mundo um pouco excêntrico e por vezes solitário, mas nunca deixou de ser gratificante, até porque, através dos videojogos eu conseguia abstrair-me dos problemas que me iam surgindo, e concentrada na estratégia, conseguia "limpar" a mente e abstrair-me do que se passava à minha volta. A personagem principal retrata um pouco isso mesmo, um puto chamado Wade Watts, que se esconde diariamente numa carrinha para escapar da atenção indesejada da sua tia drogada, interesseira e sem discernimento para cuidar de uma criança, e enquanto isso, vive o mundo que a OASIS proporciona.

A história ocorre em 2044 durante a qual, Wade passa os seus dias "online", na realidade virtual OASIS, um programa criado pelo excêntrico Halliday, um homem poderoso e rico, que deixa a sua fortuna a quem encontrar o Ovo de Páscoa dentro da realidade virtual por ele criada.
Adorado por uns e odiado por outros, talvez Halliday fosse portador de um "autismo altamente funcional", porém, a caça ao tesouro começou e para muitos tornou-se um modo de vida.

Só que OASIS não se trata apenas de um programa informático, de uma realidade virtual, é também uma "escola online", sim, exactamente, onde é obrigatório frequentar as aulas, com regras e em tudo semelhante a uma escola no mundo real.

Para Wade, é talvez a melhor forma de frequentar a escola secundária, pois assim evita contacto humano e nas horas livres "virtuais" dedica o seu tempo a estudar tudo o que envolva a época dos anos de 1980, música, livros, séries, filmes, etc. e foi com essa mesma dedicação que lhe permitiu ser o primeiro a desvendar as pistas deixadas por Halliday, a passar o Primeiro Portão e a ver o nome do seu avatar no Marcador!

A primeira vitória foi entusiasmante para Wade, dando-se conta que deixou de ser um mero avatar de nome Parzival, para ter que lidar com empresas como a IOI que têm como finalidade "usar" todos os meios para obter o prémio final. E claro que não podia faltar, Wade também tem que lidar com o seu amor virtual por Art3mis!!!

Para os amantes de videojogos e da época que eu considero cheia de cultura, a de 80, este é um livro perfeito.
Empolgante e entusiasmante!!

Boas Leituras!

sábado, 14 de abril de 2018

Opinião! «O Conde de Monte Cristo II», de Alexandre Dumas

O Conde de Monte Cristo I
Autor: Alexandre Dumas 
ISBN: 9789896417482
Edição ou reimpressão: 11-2017
Editor: Relógio D'Água

Sinopse:
"Para Umberto Eco, e muitos outros leitores e críticos, O Conde de Monte Cristo «é um dos mais apaixonantes romances alguma vez escritos»."

Opinião:
E assim terminei uma obra tão singular. Neste segundo volume assisti à vingança de Dantés, na pessoa de Conde de Monte Cristo. Um a um, recebe o pagamento "divino" e merecido aos olhos do misterioso Conde de Monte Cristo que manipula as pobres almas que em tempos foram insensíveis quando se tratava da vida e da felicidade de um simples moço.

Mais uma vez recomendo a leitura desta obra verdadeiramente apaixonante. 
Boas Leituras!

OPINIÃO! «Romance ao Anoitecer», Tessa Dare

Romance ao Anoitecer
Autora: Tessa Dare 
ISBN: 9789898855268
Edição: 02-2017
Editor: TopSeller
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 320
Coleção: Spindle Cove 
Classificação Temática:  Romance

Sinopse:
"Spindle Cove é uma pacata vila onde jovens senhoras convivem e procuram manter a sua reputação intacta.
Após anos a levar uma vida solitária, a órfã Kate Taylor encontrou acolhimento e amizade em Spindle Cove, onde dá lições de música e frequenta a classe mais privilegiada da vila. Mas Kate anseia por algo mais, por conhecer o verdadeiro amor.
Até que revelações inesperadas ameaçam mudar o destino de uma donzela muito querida para todos.

Frio como o gelo, porém incrivelmente bonito, o cabo Thorne é o exemplo perfeito do tipo de homem que Kate deveria evitar. Mas o destino parece não concordar com ela. Entretanto, um grupo de misteriosos desconhecidos chega a Spindle Cove para revelar a Kate as suas verdadeiras origens. É então que, para surpresa geral, Thorne se apresenta como seu noivo.
A não ser que o anoitecer se encarregue de alterar o rumo dos seus passos.

Ele afirma que nada sente, além do dever de a proteger. Mas Kate está longe de acreditar nisso… E para Thorne conseguir convencê-la terá que manter as mãos longe do seu corpo tentador e escudar o coração daquele sorriso deslumbrante. Conseguirá este guerreiro vencer a sua derradeira batalha? Ou render-se-á ao desafio de amar pela primeira vez?"

Opinião:
Inicialmente a relação de Kate e o cabo Thorne é distante e chega a ser insuportavelmente irritante para Kate, já que ele faz questão de se afastar de Kate sempre que lhe é possível e sem ferir as regras de etiqueta mínimas impostas pela sociedade em que se encontram.

Mas Kate, mais conhecida por menina Taylor, vê-se em apuros quando sai da vila de Spindle Cove para tentar obter o maior número de informações sobre o seu passado e assim poder encontrar a sua mãe que nunca conheceu. Ao acreditar que tem alguém no mundo que a possa amar, ela nunca desistiu de encontrar essa pessoa. É no momento em que se encontra desorientada no meio da rua, que aparece o cabo Thorne, um homem duro, mulherengo e que apesar disso, é ele que a ajuda a voltar para casa.

Só que a história não fica por aí, apesar de a vontade do cabo Thorne ser apenas entregar a gentil moça, certo é que ao chegar a casa dela depara-se com um conjunto de visitantes desconhecidos, cheios de maneirismos, com títulos e dinheiro, e que afirmam que a menina Taylor é sua familiar. É nesse momento que o cabo Thorne já não consegue manter uma distância de segurança em relação à menina Taylor, e para espanto dela, em voz alta anuncia a todos os presentes que é noivo da alegada nova familiar deles.

Intriga, ciúmes e sexo à mistura, é um livro interessante e que embora as personagens tenham um passado duro e triste, acabam por encontrar no outro algo que procuravam há muito tempo.


Boas Leituras!

domingo, 1 de abril de 2018

OPINIÃO! «A Sombra do Vento», Carlos Ruiz Zafón

Autor: Carlos Ruiz Zafón 
Edição ou reimpressão: 06-2016
Editor: Editorial Planeta
Dimensões: 154 x 234 x 31 mm 
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 512

Sinopse:
"A Sombra do Vento é um mistério literário passado na Barcelona da primeira metade do século XX, desde os últimos esplendores do Modernismo até às trevas do pós-guerra. Um inesquecível relato sobre os segredos do coração e o feitiço dos livros num crescendo de suspense, que se mantém até à última página."

Opinião:
A Sombra do Vento, é sem dúvida, um mistério literário com uma narração espantosa! Uma leitura que recomendo sem quaisquer reservas, e que tenho a certeza que os amantes de livros vão saborear cada palavra, cada capítulo!!! 

A narração começa com a visita de Daniel Sempere ao Cemitério dos Livros Esquecidos, acompanhado de seu pai. Nessa manhã, o pai de Daniel explica-lhe a importância dos livros e convida Daniel a deixar-se escolher por um livro...e adoptar esse livro, dando-lhe vida pela sua leitura, guardando-o e protegendo-o.
Daniel, ciente de que deverá guardar segredo da missão que lhe é concedida, encanta-se pelo livro A Sombra do Vento, de Julián Carax, estando nessa altura, inocente e completamente alheio às aventuras que este livro lhe iria proporcionar.

No dia seguinte, Daniel apercebe-se que o livro é especial e que desperta o interesse das pessoas à sua volta...muitas delas com intenções que um miúdo ainda não consegue perceber.
À medida que surgem mistérios em volta do livro de Carax, Daniel descobre também os mistérios da vida, amores e traições, amizades e a coragem. E a magia deste livro é precisamente a estranha ligação entre o destino e os acasos de várias personagens, com vivências em épocas diferentes.

Fermín é também uma personagem importante no enredo, aliás, ultrapassa o papel que eu julgava estar destinado ao pai de Daniel. Fermín Romero de Torres, nome adoptado pelo próprio, é astuto e inteligente, uma personagem que confere muita graça à narração, e que facilmente se transformou numa figura inesquecível para mim!!! 

A Sombra do Vento é uma obra admirável!!!

Boas Leituras!!

OPINIÃO! «O Casamento do Ano», Laura Lee Guhrke

O Casamento do Ano
Autora: Laura Lee Guhrke 
ISBN: 9789722047838
Edição ou reimpressão: 10-2011
Editor: Livros d'Hoje
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 368

Sinopse: 
"Beatrix Danbury sempre teve a certeza de que iria casar com William Mallory. Amava-o desde sempre e nunca duvidou que ele a amasse também. Mas quando Beatrix o obriga a ter de escolher entre uma vida a dois ou o seu sonho de sempre, ele decide-se pela última hipótese... a duas semanas do casamento. 
O regresso do Duque... 
William estava certo de que Beatrix o receberia de braços abertos. Os seis anos que haviam passado desde que a deixara, não tinham feito desaparecer o seu amor por ela. O problema é que Beatrix estava prestes a casar-se com outro homem. Alguém previsível e em quem sentia que podia confiar... alguém que era o oposto do seu antigo noivo. 
Conseguirá William impedir o casamento do ano e ter Beatrix de volta, ou será tarde demais?"

Opinião:
Um romance doce, que nos faz sonhar....Acho que "O Casamento do Ano" é aquele tipo de livro que, por vezes precisamos de ler, porque nos faz bem à alma!!!

As personagens principais são muito, mas muito teimosas e casmurras. E que apesar de se amarem verdadeiramente, quando tiveram oportunidade de ficar juntos, não estiveram dispostas a colocar as suas prioridades sociais de parte para viver o amor que os unia, e por isso, Beatrix e Will cancelaram o casamento.

Alguns anos mais tarde, voltam a encontrar-se. Só que, passados estes anos, Beatrix conseguiu superar o desgosto de ser "trocada" por artefactos e conheceu um homem do qual está noiva e que lhe parece ser ideal para ela. Ao mesmo passo que Will, regressa não para ver a teimosa Beatrix, mas porque precisa de alguém que possa financiar a escavação durante pelo menos mais um ano.

Apesar de evitarem o reencontro, os sentimentos falam mais alto e depressa se vêem juntos novamente e com promessas de amor...promessas que Beatrix não acredita e julga serem apenas palavras...


Boas Leituras!