sábado, 27 de abril de 2019

OPINIÃO! "Hotel, os Bastidores", de Inês Brasão

Autora: Inês Brasão 
ISBN: 9789898838933
Edição ou reimpressão: 02-2017
Editor: Fundação Francisco Manuel dos Santos
Dimensões: 129 x 198 x 9 mm 
Encadernação: Capa mole 
Páginas: 120


Sinopse:
Este livro retrata o quotidiano de um hotel pelo lado menos visível.

Através dos bastidores do serviço percorremos histórias sobre o trabalho, os clientes, os tiques, as peripécias, os medos, o cansaço e o encanto, a exigência, as brincadeiras, as técnicas, o passado e o presente, os turnos, as tarefas e as folgas. 

Neste livro, a escala microscópica da vida de um hotel estará em diálogo com a escala maior, para entender o país a partir desta área de actividade, cada vez mais imponente e presente no quotidiano.


Opinião:
É certo que um hotel pode ser utilizado pelos hóspedes, por diversos motivos,  quer seja turismo e lazer, viagem de trabalho, conferências ou até mesmo encontros amorosos.
Mas parece-me a mim, que sempre que utilizamos os serviços de um hotel, dá a sensação que entramos num mundo demasiado perfeito, onde tudo corre dentro de um ambiente controlado, sem preocupações. Um mundo artificial...mas que apesar disso, é agradável!

Neste livro, Inês Brasão levanta o pano e ultrapassa a barreira cliente-hotel. Este "contraste entre o palco e os bastidores" é feito através da descrição de situações cheias de graça que surgem no dia-a-dia dentro de um hotel. Mas também desvenda a perturbação e realidade laboral de quem trabalha na hotelaria.

Ora, a hotelaria é um mundo no qual prevalece o stress, disso não há dúvidas! Quem trabalha nesse mundo, tem uma carga horária excessiva, para além de que é um trabalho duro e que cria ansiedade... porque não pode existir erro humano!

Numa primeira abordagem, a escritora enumera alguns relatos curiosos de episódios com hóspedes, alguns deles bastante cómicos, outros extravagantes e ainda, alguns que parecem surreais. Mas também descreve como funciona ao nível do "ambiente físico e humano", tais como aspectos que envolvem a gestão, instalações, inovação, marketing, etc.

Depois acaba por abordar o grau de exigência e a resistência dos trabalhadores, que chegam a ser extremos! Alguns dos episódios aqui retratados passam pelo espírito de camaradagem versus ostracização dos colegas. E a dedicação para obter a máxima eficiência contrabalança com a correria e o cansaço, a perda de controlo é o alerta máximo, o chamado "lodo".

Trata-se de uma leitura que proporciona algum conhecimento do universo da restauração e da hotelaria.
Fiquei bastante envolvida na leitura, e achei que Inês Brasão teve um bom desempenho, quer na escrita como na mensagem que pretende passar ao leitor.

Boas Leituras!

domingo, 21 de abril de 2019

OPINIÃO! «Foi Sem Querer Que Te Quis», de Raul Minh'Alma

Autor: Raul Minh'alma 
Edição ou reimpressão: 11-2018
Editor: Manuscrito Editora
Páginas: 312

Sinopse:
"Quando menos esperamos a vida traz-nos aquilo que tentamos rejeitar. Como era possível Beatriz ter-se apaixonado, sem querer, por Leonardo? A primeira impressão que teve dele foi a pior possível. Era um jovem rico, mal-educado e mimado. Tudo o que mais desprezava em alguém. No entanto, o avô de Leonardo, um homem sábio e profundo conhecedor da vida, viria a aproximá-los.

Ao perceber a necessidade de Beatriz em reencontrar o caminho da felicidade depois de várias desilusões amorosas, ele promete dar-lhe a receita para ser feliz no amor. Um segredo escrito e guardado num envelope que ela só poderia abrir depois de cumprida uma tarefa: ajudar Leonardo a fazer as pazes com o seu passado e a tornar-se uma pessoa melhor. O que Beatriz não sabia é que esta missão iria transformar a sua própria vida para sempre.

Foi sem querer que te quis é o romance de estreia de Raul Minh’alma, autor bestseller de Larga quem não te agarra e Todos os dias são para sempre.

Uma história arrebatadora, que nos prende da primeira à última página e que redefine o significado de amor que tínhamos até hoje."


Opinião:
Não sei o que pensar...se este livro veio em boa hora, ou se pelo contrário...veio na hora errada, com o propósito de confundir a minha cabecinha!!! Não digo isto no sentido pejorativo, mas como uma crítica bastante positiva. 
Trata-se de facto de um livro que nos faz pensar, mas acima de tudo, obriga-nos a ponderar os nossos actos, aquelas atitudes diárias e impensáveis, mas que se vão acumulando e resultam em mágoas e traumas...a eterna bagagem que carregamos enquanto avançamos nas relações interpessoais...

Confiar é uma tarefa que não é fácil...é um comportamento que se torna difícil de manter, sobretudo depois de sofrermos e sermos magoados.
Neste livro não está a resposta para a felicidade de quem tem uma bagagem cheia e para quem se fecha para o afecto, mas está a mensagem principal, que é a de guiar uma alma sofredora. 
Deixar entrar alguém na nossa vida, baixar as barreiras é algo muito doloroso  e que se faz a medo, mas "Foi Sem Querer Que Te Quis" demonstra que poderá existir algo bom nisso, e que, por outro lado, se fecharmos o coração aos sentimentos maus, os bons nunca vão entrar.

Nesta senda, fui lendo cada capítulo com uma nova determinação. Confesso que cheguei a ter raiva de tanta determinação da personagem que nos "guia", mas Beatriz diz as coisas certas, na hora certa.
Fazer as pazes com o passado, é algo que muitos de nós julgamos que devemos fazer... mas daí até ter uma Beatriz a ajudar nesse caminho, é outra conversa.

Considero uma obra que todos devem ler,
Disso tenho a certeza, mesmo que se possa ter uma relação de amor-ódio durante a leitura, certo é que no final, tudo (ou pelo menos, grande parte) fará algum sentido.

Admitir, aceitar e ultrapassar. 
Então é este o ciclo da vida??? 
A maior parte do tempo, fazemos tudo ao contrário, atropelamo-nos com a ansiedade de chegar ao fim, de parar de sofrer por causa do medo...

De facto, é um livro que passa uma mensagem muito boa.

Boas Leituras!