Autora: Agatha Christie
Edição/reimpressão: 2003
Páginas: 192
Editor: Edições Asa
ISBN: 9789724132877
Coleção: Obras de Agatha Christie
Sinopse:
"Dez desconhecidos, que aparentemente nada têm em comum, são atraídos pelo enigmático U. N. Owen a uma mansão situada numa ilha da costa de Devon. Durante o jantar, a voz do anfitrião invisível acusa cada um dos convidados de esconder um segredo terrível, e nessa mesma noite um deles é assassinado.
A tensão aumenta à medida que os sobreviventes se apercebem de que não só o assassino está entre eles como se prepara para ir atacando uma e outra vez…
O que se segue é uma obra-prima de terror. À medida que cada um dos hóspedes é brutalmente assassinado, as suas mortes vão sendo “celebradas” através do desaparecimento de uma de dez estátuas, as “dez figuras negras”.
Restará alguém para um dia contar o que de facto se passou naquela ilha?
Em As Dez Figuras Negras, a Ilha do Negro, local sombrio e desde sempre povoado de mistérios, é palco de uma estranha e implacável forma de justiça, na qual as vítimas se encontram encurraladas pelas circunstâncias e o agressor é invisível e omnipresente. Na colecção das Obras de Agatha Christie iniciada por Edições ASA, este é o primeiro romance em que não figura nenhum detective ou personagem determinante para a (surpreendente) solução dos crimes."
Opinião:
No seguimento da entusiasmante leitura de novos personagens de Agatha Christie, lá fui eu escolher mais um livro da estante que se encontrava esquecido porque não tinha como personagem principal o tão amado Hercule Poirot.
As Dez figuras negras não tem qualquer personagem especial, mas o final surpreendente compensa essa "falta".
A história é interessante e não falta suspense. Depois da chegada à ilha as personagens começam a perceber que há alguma coisa que não está certa, há muita falta de informação sobre os proprietários, mas o verdadeiro pânico começa a instalar-se quando percebem que há uma ligação entre as mortes do convidados e a canção de embalar das "dez figuras negras".
Completamente isolados e à mercê de um assassino, as personagens tentam descobrir uma forma de sair da ilha ou de impedir mais mortes, mas estas tentativas revelam-se completamente em vão.
O medo dos convidados está instalado!
Um a um, vão sendo assassinados como se tratasse de um presságio, impedidos de alterar o destino que lhes reserva.
Deixo aqui algumas curiosidades que encontrei no livro "Os Cadernos Secretos de Agatha Christie", de John Curran:
"Com a escrita deste livro, Christie propôs a si própria um desafio, e na sua Autobiografia escreve como a dificuldade da ideia central a atraiu: «Tinham de morrer dez pessoas sem que isso parecesse ridículo. Escrevi o livro depois de um longo e cuidadoso planeamento (...) Era claro, directo, desconcertante, e, no entanto, tinha uma explicação perfeitamente razoável (...) a pessoa que ficou verdadeiramente satisfeita com o livro fui eu própria, porque sabia melhor do que qualquer crítico como tinha sido difícil.»"
"Quando a Collins começou a anunciar As Dez Figuras Negras na Booksellers Record, em Julho de 1939, chamou-lhe, muito simplesmente, «a melhor história que Agatha Christie alguma vez escreveu». Mas o artigo que publicaram na Crime Club News provocou a ira da autora, que, a 24 de Julho, escreveu de Greenway House a William Collins, a protestar.
Achava que era revelada uma parte excessiva da intriga, fazendo notar que «qualquer livro fica arruinado quando se sabe exactamente o que vai acontecer do princípio ao fim». E inclui na sua carta uma ameaça velada ao recordar a Collins que está a preparar-se para assinar um contrato para mais quatro livros e poderá não estar disposta a fazê-lo se não lhe forem dadas garantias de que tamanho erro não se repetirá.
Não obstante a Collins declarar que se tratava «certamente da melhor história policial que o Crime Club alguma vez publicou e estamos convencidos que o mundo irá considerá-la a mais fabulosa história de policial de todos os tempos», incluíam demasiadas revelações.
É muito óbvio aquilo a que Christie se refere. A editora fala da ilha, da rima, das figuras de louça que desaparecem, da compreensão de que o assassino se encontra entre os convidados e, pior de que tudo o mais, do facto de o último a morrer não ser necessariamente o vilão. A nossa simpatia vai toda para Agatha Christie; a única coisa que omitem é o nome do assassino."
Boas leituras!
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