sábado, 6 de julho de 2013

OPINIÃO! «Um País Silencioso», de Carlos Guardado da Silva

Autor: Carlos Guardado da Silva
Colaboração com a entidade: Câmara Municipal de Torres Vedras
Temas: História Regional e Local, Lendas, Torres Vedras, Romance Histórico
Ano: 2010
Páginas: 88
Formato: 23x16
ISBN: 978-989-689-022-3
Preço: 10,00 € 

Pode consultar a obra na editora: aqui.

Sinopse:
"Como tantos jovens da sua idade, Corbeau alistou-se nos exércitos de Napoleão e, aos 30 anos, integrou o Exército de Portugal, comandado por André Massena, com a missão de invadir de novo o reino luso. Atravessou os Pirinéus sob a chefia de Clausel, com quem partilhava a terra natal – Mirepoix – um pequeno burgo ao Sul da França, e a Amizade cimentada em palcos da guerra. Corbeau chegou às Linhas de Torres Vedras, a 12 de Outubro de 1810, tendo conhecido, na igreja da pequena aldeia de Matacães, uma jovem de nome Maria, por quem se apaixonou. Maria tornara se a sua Amiga, confidente e enfermeira, mas também a sua eterna lembrança…"

Sobre o autor:
Carlos Guardado da Silva, 1971. É licenciado em História, mestre e Doutor em História Medieval e pós graduado em Ciências Documentais – variantes de Arquivo e Biblioteca e Documentação pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, instituição de que é investigador externo do Instituto de História Regional e do Municipalismo Alexandre Herculano e professor do curso de mestrado em Ciências da Documentação e Informação. É ainda director do Arquivo Municipal de Torres Vedras, presidente da Comissão Executiva para a Comemoração do Bicentenário das Linhas de Torres Vedras e (co) autor de cerca de vinte livros e cinquenta artigos, entre os quais se destacam: “O mosteiro de S. Vicente de Fora: a comunidade regrante e o património rural (séculos XII XIII)”, Lisboa, Colibri, 2002; “Eram tantas vezes… Histórias do Cadaval”, Cadaval, Câmara Municipal, 2005; “Lisboa Medieval: a organização e a estruturação do espaço urbano”, Lisboa, Colibri, 2008 (2.ª ed. 2010); “Torres Vedras: Antiga e Medieval”, Lisboa, Colibri/C.M. Torres Vedras, 2008.

Sobre o ilustrador:
Daniel Silvestre da Silva. Nasceu em Lisboa, viveu em Torres Vedras, estudou artes plásticas nas Caldas da Rainha e fez um mestrado em desenho no Porto. Ilustrou para autores como Alice Vieira, Ana Saldanha, João Pedro Mésseder, José Jorge Letria e Wang Souying & Ana Cristina Alves. Actualmente é docente convidado na Escola de Arquitectura da Universidade do Minho, em Guimarães.

Opinião:
Um País Silencioso é uma história que remonta ao ano 1801, quando foi iniciada a «Guerra das Laranjas», fruto da invasão francesa. Portugal, foi então confrontado com uma "situação política difícil, entre a ameaça francesa e as pressões inglesas, podendo perder a independência nacional e as colónias".

O autor descreve as ameaças que Napoleão engendrou contra Portugal, um país com um povo trabalhador. As ameaças deste vil opressor, foram no início acolhidas num silêncio doloroso. Contudo, o povo português revoltou-se e contestou, pois os acordos injustos de Napoleão foram tidos como inconcebíveis, de tal forma que as enxadas deram lugar às armas!

Pela descrição do autor foi possível imaginar o barulho do ribombar das armas, da marcha dos homens, as vozes em surdina e o medo dentro dos seus corações.

À medida que ia lendo as linhas desta pequena obra na qual o autor nos relata acontecimentos históricos, fui ganhando mais respeito por este povo simples e maravilhoso, que em tempos sofreu sobre o poder dos francesas, sob o comando de Ney, Junot e Massena. 

Carlos Guardado da Silva, descreve também o amor entre Corbeau e Maria, uma mulher portuguesa, um amor que nasceu na aldeia de Matacães, nas linhas de Torres Vedras.

Corbeau é uma personagem importante no enredo apresentado, é um soldado francês que descreve os seus sentimentos através de várias missivas. É possível sentirmos a amargura das famílias destroçadas e separadas pela guerra, famílias que eram unidas e que amavam os seus filhos e maridos.

Este soldado descreve Portugal, um país que se apresenta silencioso aos seus olhos, sem vida, sem força...cansado. Pois muitas vidas foram ceifadas em prol de uma batalha sem causa justa e Corbeau chega a questionar a Felicidade, Igualdade e Liberdade na guerra vergonhosa em que se encontrava.

O autor consegue envolver o leitor de tal forma que ao longo das páginas, nunca se chega a perder o interesse, pese embora se trate de um livro sobre história!

Adorei, não só pelos acontecimentos históricos retratados, como também pela linda história de amor passada nas linhas de Torres Vedras!
As ilustrações, na minha modesta opinião, são magníficas.

Boas leituras!

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