Edição/reimpressão: 2013
Páginas: 504
Editor: Gradiva Publicações
ISBN: 9789896165499
Sinopse:
"O Império Otomano desmorona-se e a minoria arménia é perseguida. Apanhada na voragem dos acontecimentos, a família Sarkisian refugia-se em Constantinopla. Apesar da tragédia que o rodeia, o pequeno Kaloust deixa-se encantar pela grande capital imperial e é ao atravessar o Bósforo que pela primeira vez formula a pergunta que havia de o perseguir a vida inteira:
"O que é a beleza?"
Cruzou-se com a mesma interrogação no rosto níveo da tímida Nunuphar, nos traços coloridos e vigorosos das telas de Rembrandt e na arquitectura complexa do traiçoeiro mundo dos negócios, arrastando-o para uma busca que fez dele o maior coleccionador de arte do seu tempo.
Mas Kaloust foi mais longe do que isso.
Tornou-se o homem mais rico do planeta.
Inspirado em factos reais, O Homem de Constantinopla reproduz a extraordinária vida do misterioso arménio que mudou o mundo - e consagra definitivamente José Rodrigues dos Santos como autor maior das letras portuguesas e um dos grandes escritores contemporâneos."
Críticas de imprensa:
«Um estilo de escrita prodigiosamente poético e melódico que enfeitiça o leitor.»
Literaturzirkel Belletristik, Alemanha
Opinião:
Para mim não era novidade nenhuma que não ia resistir em ler a mais recente obra de José Rodrigues dos Santos, contudo foi um choque saber que o romance era composto de dois volumes!!! Não há carteira de aguente, porque infelizmente os livros deste autor são sempre muito caros. Na minha modesta opinião, penso que podiam ser bem mais acessíveis.
Mas quem sou eu? enfim...
Agora falando da história que nos conta o autor.
Desta vez o autor deixou de lado a personagem Tomás Noronha, para dar lugar a personagens novas e que não me desagradaram.
Gostei da forma como este livro foi trabalhado, à volta da riqueza e do poder. Claramente o autor reforça a ideia que quem pretende chegar ao poder terá que investir nos melhores conhecimentos inclusive, junto de quem pode favorecer através da corrupção e de desfiles sociais, por exemplo.
Falando um pouco sobre a personagem Kaloust, posso adiantar que ao início conseguiu conquistar-me pela sua astúcia e inteligência, sendo esta a personagem que coloca ao leitor uma dúvida simples e no entanto muito complexa, que a vida nos presenteia mas que ao mesmo tempo nos impede de possuir de diversas formas: «o que é a beleza?»
A mera existência permite obter conhecimento, a aprendizagem leva-nos mais longe podendo muitas vezes permitir a concretização dos nossos sonhos/objectivos...mas a mera existência traduz-se na certeza de saber o que é a beleza?
Kaloust é uma personagem cujo crescimento o leitor vai acompanhar, contudo à medida que se torna ríspido e presunçoso com as suas intenções de rejuvenescimento, torna-se difícil de compreender e simpatizar. Kaloust, consciente da sua inteligência prospera nos negócios com esperteza e engenho, ultrapassando diversas dificuldades com que se depara após a fuga de Constatinopla.
Aliás, já em jovem traçava os seus objectivos muitas vezes alcançados pela sua perseverança.
O Homem de Constatinopla conta as reais dificuldades do povo arménio, com a descrição das suas tradições, bem como os ataques dos turcos aos cristãos, que matavam estes últimos sem qualquer sinal de remorso.
Tive imenso prazer em verificar que a arte tem um papel importante nesta obra.
Mas é o petróleo que ocupa a narração que José Rodrigues dos Santos nos presenteia, clarificando os verdadeiros jogos de poder no mundo do petróleo, em que as peças se movem premiando sempre os mais astutos e audazes.
O Homem de Constantinopla trata-se de uma bela obra que nos cativa desde o momento em que se encontra exposto para venda até ao final da sua leitura!
Um livro magnífico que retrata o verdadeiro poder do ouro negro! O Homem de Constantinopla é claramente um espelho da sociedade.
Boas leituras!
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